segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A imprensa e o tiro no carro de Adriano

É interessante comparar as matérias jornalísticas sobre o tiro no carro do jogador Adriano. Ao contrário do Globo.com, do Estadão e do UOL, a Veja expõe as contradições na versão do jogador. 

Veja
26/12/2011
Cecília Ritto



Adriano diz que não conhecia mulher que levoutiro em seu carro

O jogador Adriano acrescentou vários detalhes à sua versão da confusão em que se envolveu no sábado, quando uma mulher foi baleada em seu carro. Ao chegar à 16ª DP (Barra da Tijuca) para seu segundo depoimento, ele disse aos jornalistas que só conhecia duas das quatro mulheres que estava levando para casa depois de uma noitada em uma boate da Barra. Segundo o jogador, ele é amigo de Andreia Ximenes e Daniele Pena, mas nunca tinha visto Adriene Cyrillo Pinto nem Viviane Fraga. As duas estariam em seu BMW a pedido de um amigo que as conheceu naquela noite.
A história continua cheia de lacunas e contradições. O amigo, de nome não revelado, estaria em um outro carro, sozinho, enquanto as quatro moças se espremiam no banco de trás do carro de Adriano. Fazendo-se de vítima, o jogador disse que Júlio Cesar Barros, o policial militar reformado que dirigia o carro é seu amigo, não seu segurança. E reafirmou que não pegou na arma. Segundo ele, Adriene foi movida pela curiosidade ao pegar a pistola de Barros, que estava entre o banco do motorista e o console. “Os exames vão demonstrar quem está falando a verdade”, disse, acrescentando que não vai pagar as despesas de Adriane, que passará por uma cirurgia nesta terça-feira, porque “ela não tem caráter para falar a verdade”. Depois, reclamou: “Quando acontece com o Adriano, tudo tem muita repercussão”.
O delegado Fernando Reis, da 16ª DP, confirmou para quarta-feira a acareação entre Adriano e Adriene. E disse que considera mais plausível que Adriano estivesse realmente no banco da frente, como afirma o jogador. Mais cedo, o delegado disse que o resultado preliminar da perícia indica que o tiro foi disparado no banco de trás. Segundo Reis, quem estiver mentindo nessa história será punido. Adriene, por denunciação caluniosa, crime com pena prevista de dois a oito anos. Adriano, por lesão corporal (três meses a um ano de prisão) e fraude processual (seis meses a seis anos). Nesse caso, o PM que dirigia o carro e as outras moças, responderão por falso testemunho. “Estamos apenas no início das investigações”, disse Reis.
Sobre seu contrato com o Corinthians, Adriano disse estar tranquilo. "O Corintians me garantiu que continuo", afirmou. O jogador disse que vai se apresentar no dia 4 de janeiro.

UOL.Com
26/12/2011
Luiz Maurício Monteiro

Adriano confirma sua versão eafirma: "Não é justo o que ela está fazendo comigo"


O jogador Adriano foi, nesta segunda-feira, à 16ª DP do Rio de Janeiro, onde conversou com as autoridades policiais que investigam o disparo acidental de uma pistola ocorrido no interior do carro do atleta na madrugada do dia 24. A estudante Adriene Pinto, que estava no carro com Adriano e mais quatro pessoas, teve o dedo indicador esquerdo atingido pelo projétil e está internada no Hospital Barra D´Or, onde passará por cirurgia na terça-feira.
Antes do encontro com os policiais, Adriano conversou com os jornalistas. Ele reafirmou a sua versão sobre o ocorrido, de que a própria Adriene teria disparado acidentalmente a arma, que pertence ao segurança do jogador, também presente no automóvel durante o episódio. Já a vítima do disparo afirma que teria sido o corintiano quem atirou.
O atleta disse que estava disposto a pagar as despesas hospitalares de Adriene, mas que mudou de ideia, pois a jovem de 20 anos estaria tentando prejudica-lo: “Eu ia pagar (despesas do hospital), mas como ela está fazendo essas acusações, não vejo necessidade. Não é justo o que ela está fazendo comigo. Então, não tem por que ajudar. Apesar de tudo, espero que ela se recupere bem”, afirmou Adriano, que foi convencido pelo delegado responsável pelo caso a conceder uma entrevista coletiva.
O jogador também relatou como os fatos aconteceram, de acordo com a sua versão. “A arma estava no veículo. Ela, de curiosa, pegou e disparou. A arma estava entre o banco do motorista e o console. Eu ouvi o disparo e abaixei. Todos se assustaram. Com certeza ela pegou a arma, porque não dispararia sozinha. A princípio, eu nem tinha visto o dedo dela machucado. Só depois vi. Foi aí que eu tirei a camisa e dei para ela enrolar na mão”.
Adriano disse que conheceu Adriene na noite em que o incidente aconteceu, na casa noturna onde estava. “Eu não a conhecia. Eu estava saindo da boate, e um amigo pediu para eu levá-la porque o carro dele já estava cheio. Não caberia mais de seis pessoas. Ele a conheceu na boate e chamou para o nosso camarote. Mas eu nunca tinha visto ela”, afirmou.
Sobre o reflexo que o caso poderá ter em sua carreira, o jogador disse estar tranquilo. “Conversei com presidente (do Corinthians, Roberto de Andrade). Não existe nada em relação a quebra de contrato. Quando as coisas acontecem comigo ganham uma proporção maior. Eu estava evitando sair, mas as vezes é difícil, estava de férias”, admitiu.
Também nesta segunda, o delegado Fernando Reis, que investiga o caso, disse que ainda não é possivel afirmar quem foi o autor do disparo. "Estamos muito no início da investigação. Ontem e hoje (dias 25 e 26/12) tentamos levantar o maior números de dados possível, mas ainda é cedo para chegar à alguma conclusão".
No domingo, o delegado disse que pretende colocar frente a frente Adriene e o jogador, para que os dois contem suas versões sobre o ocorrido". A acareação só poderá ocorrer, no entanto, após a cirurgia de Adriene, agendada para terça-feira.
Segundo informaram ao UOL Esporte funcionários do Barra D´Or, a vítima chegara ao hospital dizendo que não sabia quem havia disparado a arma. Posteriormente, porém, a estudante teria alterado sua versão, afirmando a policiais que Adriano atirara acidentalmente com a pistola.

Globo.com
26/12/2011
Fred Gomes

Adrianochega sorrindo na delegacia e diz que sua inocência será provada


O atacante Adriano, do Corinthians, chegou à 16ª DP, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no fim da tarde desta segunda-feira para prestar depoimento. O jogador chegou sorrindo e conversou com a imprensa em uma sala apertada. Ele confirmou sua versão de que não foi o autor do disparo e que os exames para detectar a presença de pólvora na mão irão confirmar que ele está dizendo a verdade.
- A arma estava entre os bancos. Ela pegou e disparou acidentalmente. Depois do barulho, nos abaixamos. No momento, ela não sentiu nada. Mas com certeza pegou a arma. Os exames vão sair e será comprovado que não estou mentindo. Cabe a vocês acreditarem ou não. Quando as coisas acontecem com o Adriano, a repercussão é sempre maior.

Adriano contou que no sábado foi a primeira vez que viu Adriene Cyrillo Pinto, apresentada a ele por um amigo que estava na casa noturna. O jogador afirmou que não vai mais pagar pelo tratamento da jovem, ao contrário do que disse anteriormente.

- Conheci ela a partir de um amigo que estava na boate. Foi a primeira vez que a vi. O que ela está fazendo não é justo, não tem caráter. Eu ia ajudar, visitar e pagar o tratamento, mas não farei mais. Não tem cabimento fazer isso para uma pessoa que está fazendo isso comigo. Tirei até a minha camisa para ajudá-la. Sou uma pessoa pública, fiquei preocupado com ela e com minha imagem. Mas não vou tentar prejudicar ela, espero que se recupere.
O jogador comentou também sobre o Corinthians. Ele disse que o clube está dando apoio.
- Não falaram nada em rescindir o meu contrato. O Corinthians sempre me deu apoio

Depois de dar entrevista, Adriano seguiu para seu depoimento. O delegado Fernando Reis contou que Adriene está envolvida em outros processos - como vítima - e alertou sobre a pena no caso de ela estar mentindo.

- Ela diz que o Adriano passou a arma para ela, e ele diz que ela pegou. Se for provado que é mentira dela, configura-se denúncia caluniosa, o que é sério. Então ela pense duas vezes, porque a pena é de dois a oito anos de prisão - avisou.

A acareação entre o jogador e Adriene será feita provavelmente na quarta-feira, mas ainda há a dependência de a jovem ter alta médica.
A versão do Imperador sobre o ocorrido foi confirmada por outras três testemunhas. A perícia já concluiu que o tiro foi dado do banco traseiro. A arma pertence ao PM reformado Júlio César Barros, amigo de Adriano, que dirigia o veículo. Segundo Fernando Reis, Júlio César foi negligente e terá de responder por isso. Outros amigos do Imperador contaram ao GLOBOESPORTE.COM que o atleta se preocupou em não ocultar provas.

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