sábado, 21 de julho de 2012

Telefonia móvel: quem está satisfeitos?


A Folha de S.Paulo acerta ao criticar a ANATEL por não levar em conta os indicadores, mas erra em não considerar importante a satisfação dos consumidores. O problema são os indicadores escolhidos ou o acompanhamento? Infelizmente a matéria nada diz sobre isto.


Uol

21/07/2012

Anatel deixa critério técnico em 2º plano para punir operadoras

JULIO WIZIACK
ANDREZA MATAIS
JULIA BORBA

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) deixou em segundo plano critérios técnicos adotados por ela e usou reclamações de consumidores para justificar a suspensão, a partir de segunda, da venda de novas linhas por três das quatro principais teles: TIM, Oi e Claro.

Até hoje, a agência avaliava os serviços com base em um conjunto de indicadores, três dos quais auferem a qualidade da rede. Nesses, todas as quatro maiores operadoras apresentavam números dentro da meta estabelecida, embora longe de um índice de excelência (veja quadro abaixo).

Por isso, as teles afirmam que não há estado de "calamidade pública" no setor e tentam reverter a punição.

Claro e Oi entregaram propostas de ajuste, mas a agência não aceitou os planos apresentados pelas duas operadoras nos últimos dois dias.

Já a TIM entrou na Justiça ontem com mandado de segurança, para tentar manter as vendas. O argumento é o de que a Anatel considerou as reclamações registradas em seu call center, algo que, para as teles, contraria o regulamento que define como medir a qualidade.

FALHAS CONHECIDAS
Documentos obtidos pela Folha mostram que, usando os critérios técnicos, a Anatel havia detectado, em 2010, desempenho insuficiente tanto por parte da TIM quanto da Claro. A primeira tinha desempenho 30% abaixo do desejado; a segunda, 17%.

O caso da TIM era mais gritante porque, ao lançar o plano Infinity (ligações ilimitadas), ampliou muito rapidamente sua base de clientes.

A sobrecarga da rede levou a Anatel a abrir um processo contra a TIM. A opção, naquele momento, foi impor à operadora um plano de "investimento acompanhado".

Agora, a Anatel diz que os investimentos da TIM não foram suficientes e que havia risco de "pane sistêmica".

Não há, no documento a que a Folha teve acesso, argumentos técnicos ou referência a informes da área técnica. A TIM, que nega o risco, diz que o plano foi aprovado integralmente pela agência.

Consultada sobre as divergências de critérios, a Anatel não respondeu até o fechamento desta edição.

A VEZ DO CONSUMIDOR
Embora a Justiça houvesse, desde 2011, suspendido a venda de chips de diferentes operadoras em diferentes Estados, a Anatel vinha optando por outras medidas.

Em 2009, a venda do Speedy (serviço de internet da Telefônica) só foi suspensa após pane que deixou São Paulo sem conexão durante três dias. Na semana passada, a Anatel havia aprovado o plano de metas da TIM e adiado a possibilidade de suspensão.
A nova medida coincide com pressões da presidente Dilma para que as agências demonstrem claramente que estão ao lado do consumidor.
Foi tomada também depois de parlamentares terem inquirido o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) e João Rezende, presidente da Anatel, em audiência pública, sobre a qualidade da telefonia.


Para o advogado Pedro Dutra, especialista em defesa da concorrência, a mudança de critérios pode ser chamada de "regulação plebiscitária". "O governo toma uma decisão que agrada à opinião pública, mas que, no longo prazo, não resolve o problema."

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pompas para nada.


Desde sexta-feira a Rede Globo prometia uma entrevista bombástica e reveladora com a ex-primeira dama Rosane Collor mas o que entregou foi uma conversa desimportante entre uma jornalista mediana e uma personagem medíocre.

 


Fantástico

15/07/2012

Renata Ceribelli

 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Entre a insensatez e a leviandade


Colunista do Estadão extrapola o bom senso ao criticar as pesquisas que medem a aprovação dos últimos presidentes do Brasil. Duvidar delas é dever de ofício do jornalista, mas isto deve ser feito tecnicamente e não com argumentos pueris. Outra opção é entender o que elas revelam, mas isto seria jornalismo. Não é este o caso.


Estadão

06/07/2012

Augusto Nunes


Ainda convalescendo da vaia em São Bernardo do Campo, Dilma Rousseff voltou a ouvir no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, o mais desconcertante dos protestos sonoros. O neurônio solitário deve estar pálido de espanto com o enigma. No fim de junho, uma pesquisa do Ibope informou que apenas 8% dos brasileiros reprovam o desempenho da presidente. E comunicou à nação que o recorde estabelecido pela chefe de governo colocou Dilma Rousseff à frente de todos os seus antecessores desde a Proclamação da República.

Como combinar as duas informações do Ibope com duas vaias em dois dias? Se o preço da encomenda for suficientemente estimulante, qualquer comerciante de porcentagens conseguirá decifrar o enigma com uma pesquisa restrita aos participantes das manifestações. Ficará provado que tanto no Rio quanto em São Bernardo os atos de protesto juntaram os mesmíssimos 8% de eternos descontentes.
Como são poucos, esses inimigos da pátria resolveram fantasiar-se de estudantes para desmoralizar a UNE, piorar o humor da presidente e, sobretudo, reduzir os lucros dos fabricantes de estatísticas com a invenção de outra brasileirice: a vaia ambulante. A pesquisa reanimaria Dilma Rousseff com a descoberta de que a vaia do Rio saiu das mesmas gargantas que se esgoelaram em São Bernardo.
Mas convém apressar o serviço. Se o bando de manifestantes continuar comparecendo às aparições públicas da recordista, e a temporada de protestos estender-se até o ínício do julgamento do mensalão, nem os milicianos do PT acreditarão nos rankings dos campeões de popularidade montados pelos sensus, ibopes e voxpopulis do Brasil Maravilha. Em todos, o primeiro colocado é sempre quem está no poder.

domingo, 1 de julho de 2012

Título infeliz


Veja/Agência Estado

1º/07/2012

Homicídios em São Paulo disparam na capital em junho





Uma onda de homicídios passou a assustar os moradores das periferias da capital paulista nos últimos 11 dias, período em que os ataques contra policiais militares e os incêndios a ônibus se intensificaram. Entre a meia-noite do dia 17 e as 23h59 de anteontem, 127 pessoas morreram assassinadas em São Paulo. O total é 53% maior do que o total de homicídios nos 30 dias de junho no ano passado. Os dados são do Sistema de Informações Criminais (Infocrim) da Secretaria da Segurança Pública. O crescimento da violência começou a se acelerar depois da onda de assassinatos que já matou seis policiais em São Paulo. A primeira execução ocorreu no dia 12, com a morte do soldado Valdir Inocêncio dos Santos, de 39 anos. Entre os dias 17 e 23, mais cinco policiais morreram.

A comparação entre a proporção dos dados de homicídios na capital e no estado revelam que o problema se concentra no município de São Paulo. Conforme dados do Infocrim, os 127 homicídios dos últimos 11 dias na capital representam 73% dos 174 assassinatos no estado. Em junho do ano passado, os homicídios da cidade representaram 27% desse total. "É uma situação alarmante e mostra a fragilidade da redução da violência. A cidade parece estar novamente diante de um ciclo de vinganças. Trata-se de uma visão de guerra", afirma o antropólogo Paulo Malvasi, autor de uma tese de doutorado sobre o mercado de drogas na cidade.
O Capão Redondo, na zona sul, foi o bairro que concentrou a maior quantidade de homicídios nos últimos dez dias. Entre a 0 hora do dia 17 e as 23h59 do dia 28, morreram 21 pessoas na área do 47.º DP. Em junho de 2011, morreram 38 pessoas no bairro. A situação também foi violenta na região central. No 1° DP, na região Sé, foram assassinadas 12 pessoas nos últimos dez dias. Em junho do ano passado, não houve nenhum assassinato na região.