Veja/Agência Estado
1º/07/2012
Homicídios
em São Paulo disparam na capital em junho
Uma onda de homicídios
passou a assustar os moradores das periferias da capital paulista nos últimos
11 dias, período em que os ataques contra policiais
militares e os
incêndios a ônibus se intensificaram. Entre a meia-noite do dia 17 e as 23h59
de anteontem, 127 pessoas morreram assassinadas em São Paulo. O total é 53%
maior do que o total de homicídios nos 30 dias de junho no ano passado. Os
dados são do Sistema de Informações Criminais (Infocrim) da Secretaria da
Segurança Pública. O
crescimento da violência começou a se acelerar depois da onda de assassinatos
que já matou seis policiais em São Paulo. A primeira execução ocorreu no dia
12, com a morte do soldado Valdir Inocêncio dos Santos, de 39 anos. Entre os
dias 17 e 23, mais cinco policiais morreram.
A
comparação entre a proporção dos dados de homicídios na capital e no estado
revelam que o problema se concentra no município de São Paulo. Conforme dados
do Infocrim, os 127 homicídios dos últimos 11 dias na capital representam 73%
dos 174 assassinatos no estado. Em junho do ano passado, os homicídios da
cidade representaram 27% desse total. "É uma situação alarmante e mostra a
fragilidade da redução da violência. A cidade parece estar novamente diante de
um ciclo de vinganças. Trata-se de uma visão de guerra", afirma o antropólogo
Paulo Malvasi, autor de uma tese de doutorado sobre o mercado de drogas na
cidade.
O Capão Redondo, na
zona sul, foi o bairro que concentrou a maior quantidade de homicídios nos
últimos dez dias. Entre a 0 hora do dia 17 e as 23h59 do dia 28, morreram 21
pessoas na área do 47.º DP. Em junho de 2011, morreram 38 pessoas no bairro. A
situação também foi violenta na região central. No 1° DP, na região Sé, foram
assassinadas 12 pessoas nos últimos dez dias. Em junho do ano passado, não
houve nenhum assassinato na região.
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